Em 2021, estamos sob tempos sombrios, de retrocessos sociais e políticos, e também na saúde mental. Este livro parte da análise da conjuntura, crua e dura, reconhecendo as perdas e riscos, mas não “está tudo dominado”. A realidade tem contradições e brechas para resistir e até mesmo avançar. Esse é o objeto desse livro, mostrando projetos inovadores em saúde mental e luta antimanicomial. Parte da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (“Desabilidades”) da ONU, que no Brasil tem o mesmo status da Constituição Federal; das novas diretrizes da ONU e da Organização Mundial de Saúde; e dos avanços dos movimentos de direitos humanos e de usuários(as) de outros países, com novas ideias e práticas de protagonismo e direitos de usuários(as) e familiares. E isso já está sendo experimentado em nosso país, em pequena escala, tudo contado e sistematizado em detalhes nesse livro. Quando a conjuntura for mais favorável, poderemos expandir isso para todo o país. Se temos “alguma luz no final do túnel” para 2023, não basta retomar o quadro de 2016, pois já podemos visualizar horizontes muito mais avançados.